Exmo. Sr.
Vice-presidente da Câmara Municipal de Câmara de Lobos
Exmo. Presidente
do Conselho da Comunidade Educativa
Exma. Sr.ª Presidente
do Conselho Pedagógico
Exma Sr.ª
Presidente do Conselho Administrativo
Exmo. Sr.
Presidente da Associação de Pais
Exma. Sr.ª
Professora Margarida Pocinho
Exmas senhoras vice-presidentes
da direção da escola
Exmos Senhores
Coordenadores de Departamento de Ciclo e de Cursos
Exmos Senhores
Delegados e assessores de disciplina
Exmos Senhoras educadoras,
professoras e professores
Exmos Senhores
funcionários
Exmos Sr.s
Encarregados de Educação
Caros colegas
Porque razão estamos hoje aqui? Porque razão valorizamos
o saber e o conhecimento, porque enaltecemos a história e a cultura, porque é
que promovemos respeito e a os valores da família, porque é que nos encantamos
com a paisagem que vislumbramos neste vale de cantos recantos e encantos? Que coisa é essa
que nos leva a procurar uma razão em e para tudo, desde o simples sorriso duma
criança até à eterna pergunta - qual a minha função neste universo
imenso..
A razão é aquilo que justifica as nossas ações e interações
com o próximo, mas onde a encontramos em si mesma? Nos nossos interesses
pessoais ou nos superiores interesses comuns? Diria que a razão está
evidentemente no superior bem comum, nos seus pressupostos, na justiça, na
igualdade, na inclusão de todos, com a certeza que a razão não pode ser razão
sem alguém que a assuma como razão e a ache justa e correta, e isso mostra a evidência
que a razão está evidentemente em todos e em cada um.
Enquanto organização procuramos que os ensinamentos
ministrados na nossa escola sejam significativos
para a vida dos nossos alunos – pretendemos que a nossa
organização cumpra com os presupostos da lei tirando o maior partido dos
recursos disponiveis – pretendemos manter sempre uma dimensão humana que nos
leve a cumprir os
objetivos sociais do serviço educativo – que desenvolva a sua atuação sempre com grande noção de Equidade de modo a minimizar o impacto das origens
sociais no desempenho académico dos nosso alunos e na relação laboral que é
mantida entre docentes funcionários alunos, pais e restante comunidade com a
organização escola, cumprindo as expectativas dos diferentes atores
educativos. A igualdade entre todos é justa porque achamos que a igualdade é
uma coisa correta, sem a nossa assunção de que a igualdade é correta a mesma
para nós não é justa. Todas as pessoas, todos os povos, todas as culturas
procuram construir uma sociedade mais justa assente na razão. O que só é
possível se respeitarmos as diferenças entre cada individuo, se assumirmos o
bem comum como ideário de atuação, com a certeza que a ideia de bem comum deve
ser sempre mais importante que os interesses particulares, com a certeza que
todos somos diferentes, caros colegas a título de exemplo há quem como eu ache
sublimes os versos épicos de camões
e há quem prefira a beleza dum romance histórico inovador como é o memorial do convento de Saramago.
Dirão, meus caros amigos, que
poderei pecar por excesso de ingenuidade e de algum idealismo utópico. Mas
podem crer que só pecados destes me retiram do recato da família e da
recompensa de uma profissão de professor e investigador que continuo a amar como
se fosse a única possível.
Estes quase seis anos têm sido uma viagem
extraordinária, pela escola pública, pelo Curral, pela Madeira, por Portugal.
Somos e
afirmamo-nos claramente como uma escola comunidade, que trabalhe em prol do todo
e nunca em beneficio daqueles que mandam ou detêm o poder, que estabelece
fortes laços profissionais e afetivos entre todos os seus pares, que semeamos e
alimentamos expectativas nos nossos alunos, pois para cada um temos um sonho de
vida um sonho de futuro.
Muitos dos nossos estudantes partiram
em busca de um amanhã melhor, em sítios tão dispares como as terras de sua
majestade, a Alemanha, a frança, a Venezuela, o Canadá, a Africa do Sul ou a Suíça,
mas também temos aqueles que estão a frequentar alguns dos mais respeitados
cursos universitários: seja medicina ou direito a título de exemplo. Ao longo dos
anos temos afirmado o nosso compromisso com esta população, temos reiterado a
nossa autonomia, ainda que por tal paguemos um preço muito elevado, temos
afirmado a validade do nosso projeto educativo, assente no sucesso dos nossos
alunos, nas suas aprendizagens, na diversidade de oportunidades que temos
criado de acordo com as capacidades de cada um. Não nos resignamos, sempre
procuramos inovar e fazer. Quando o mais
comodo é desistir de sonhos e
princípios, nós temos mostrado que garantidamente nunca o faremos. A força e o saber que ao longo destes anos temos
adquirido, tem sido posta por inteiro ao serviço dos nossos jovens e do nosso
futuro coletivo.
Portugal
já passou por momentos piores do que os atuais: a fome e a morte durante as
grandes guerras do século XX, a noite de chumbo do Estado Novo e a guerra
colonial, a guerra civil e as invasões francesas no século XIX, a perda de
independência no final do século XVI e a guerra para a recuperar no século
XVII, o garrote da inquisição dos séculos XVI a XVIII, as pestes recorrentes na
Idade Média, entre muitos outros e sempre houve solução para estes problemas.
Sobreviveremos também a esta crise, bem menor
que essas outras. Na região autónoma da madeira, sempre
caímos e nos levantamos como um todo, como um povo. E, neste dia é exatamente
isso que vos propomos, que se juntem a nós no árduo trabalho de fazermos da escola
do Curral uma das melhores escolas de Portugal, da única forma que sempre foi
feito na Madeira nos últimos 500 anos – bloco a bloco, de mão calosa em mão
calosa nunca perdendo noção que a mudança de valores que propomos - o acreditar no esforço trabalho em
detrimento do conformismo nacional tão bem definido por camões na personagem do
velho do restelo – SIM NÓS ACREDITAMOS NO NOSSO
POVO E NUMA TERRA POTENCIADORA DO SUCESSO e perdoem-me a imodéstia – bem
o provamos nestes últimos anos – a título de exemplo – se nos rankinks
regionais do 3º ciclo nos habituamos a ver a nossa escola permanentemente no
topo, continuando esta equipa a afirmar que acreditamos de tal modo nos nossos alunos,
que me atreveria a afirmar que um dia lideraremos o Ranking nacional das escolas
públicas, pois a implementação do projeto iniciado em 2010 e a progressão do
trabalho dos nossos alunos e professores é realmente de qualidade 2010 – lugar
1222 - 2011 – 563 – 2012 – 421 – 2013 –
365 – 2014 - 137 - é este o caminho que
os nossos alunos nos tem obrigado a trilhar o caminho da EXCELÊNCIA.
Quero por isso renovar a palavra simples que
vos quis trazer nesse já distante dia 22 de setembro de 2009: O OTIMISMO. Creio
firmemente que a Escola e os profissionais que nela desenvolvem a sua atividade
com elevado brio profissional, verão a sua relevância reforçada com a resposta
que tem dado a esta crise – pois o conhecimento sempre foi e continuará a ser a
força motriz de toda e qualquer sociedade que se quer desenvolvida.
Há, no
entanto um grave perigo que paira sobre nós: a descrença, alicerçada numa
desastrosa gestão da educação pública. Uma escola é, em primeiro lugar, as
pessoas que a compõem, e nenhum diretor pode assistir, sem manifestar a sua
indignação, perante as situações a que temos sido expostos.
Permitam-me ainda reafirmar um princípio
antigo, para os portugueses o Atlântico não é uma opção. Para nós madeirense é
a nossa condição – é obrigatório para o nosso desenvolvimento apostar no espaço
lusófono, na interligação com a macaronésia, nunca esquecendo a nossa
comunidade espalhada pelo mundo.
Eu tenho
imenso orgulho em Portugal, nestas gentes que são as minhas gentes, com quem
quero viver e junto de quem desejo morrer em paz, quando for a hora.
Neste dia uma palavra é devida às dificuldades
que todos sentimos no funcionamento desta escola, se entre 2009/2010 e 2012/13 vivemos
anos difíceis seja por falta de orçamento, pela falta de equipamento, pelo 20
de fevereiro, pela volatilidade do corpo docente, pela falta de funcionários, foram
anos terríveis – mas estimulantes, com os cortes orçamentais e a integração das
escolas 2013/14 foi um ano ainda mais duro, mas nada que imaginasse o annus horribilis
de 2014/15 que tivemos – NÓS COM ETICA ASSUMIMOS E SEMPRE ASSUMIREMOS A NOSSA
RESPONSABILIDADE EM TODOS OS MOMENTOS SEM IDEIAS DE VINGANÇAS VANS OU DE
RETALIAÇÕES INFANTIES. A nossa luta é justa pois é pelos nossos alunos desde a
creche que apenas na próxima segunda feira estará com condições mínimas de
funcionamento, seja no ensino profissional onde apenas a 17 de abril os alunos
conhecerão finalmente todos os docentes. Perante os resultados menos bons do 1º
ciclo intervimos e posso afirmar hoje que temos senão o melhor, pelo menos um
dos melhores mapas de complemento curricular neste ciclo de ensino, pois nós
não nos conformamos com o insucesso.
A
estrutura e funcionamento da administração tem sido continuamente analisada,
daí resultando frequentes ajustes a nível dos processos de trabalho, da
definição das áreas de intervenção de cada setor, dos circuitos de troca de
informação e da própria estrutura da administração. Tenho tido a preocupação de
não gerar roturas e de consensualizar as mudanças para obter o máximo de adesão
por parte de todos os envolvidos. Os resultados positivos são visíveis, mas este
é mais um daqueles trabalhos permanentemente inacabados, pois a avaliação tem
de ser permanente e a mudança responsável.
Essa é a verdadeira genialidade da Escola: a sua capacidade
de mudança. A nossa união pode ser perfeita. O que conseguimos dá-nos ainda
mais esperança em relação ao que os podemos ajudar os nossos jovens a conseguir
amanhã.
Sim,
somos capazes.
Aceitamos esta missão, com o sentido de aproveitar esta
oportunidade de responder a essa questão. Este é o nosso momento.
Este é
o nosso tempo, com ou sem crise temos o dever e a obrigação de tudo fazer para
voltar a abrir as portas da oportunidade aos nossos alunos /filhos; de reclamar
o sonho da liberdade e de reafirmas a verdade fundamental de que nós
professores – somos no meio de muitos os verdadeiros fazedores de sonhos; que
enquanto respiramos, mantemos a esperança. E aqui estamos nós, frente a frente
com o cinismo e as dúvidas daqueles que nos dizem que não somos capazes, e a
quem respondemos com o credo intemporal que representa o espírito de uma classe
com dois mil e quinhentos anos: Sim, nós somos capazes.
Senhores encarregados de educação, o futuro dos
vossos filhos é para nós algo de fundamental, não acreditamos em facilidades
nem em facilitismos a escola é trabalho e o sucesso só está ao alcance daqueles
que verdadeiramente se empenham, que acreditam, que se esforçam, que muitas
vezes abdicam de muitas outras coisas para serem mais competentes no vosso
trabalho. Nós escola, continuaremos a fazer o nosso trabalho e a acreditar em
vós, e isso meus amigos quer dizer que nunca desistiremos de nenhum, que não
desistimos dos vossos sonhos. Ao assumirmos isto mesmo, assumimos que vamos
trabalhar arduamente com todos os alunos de modo a que os mesmos possam nos dar
a todos um melhor futuro coletivo – e para isso precisamos de continuar a
contar com os profissionais dedicados e empenhados que temos tido nesta
escola..
Reafirmamos
a importância que o crescimento do universo escola está não só na valorização
dos nossos alunos, mas também na valorização do trabalho dos docente. Senhores
Encarregados de Educação, caros colegas, com a contínua redução da natalidade e
a constante imigração – de futuro irão bastar um ou dois autocarros para
transferir a nossa escola de volta para Santo António.. Será isso que queremos
senhores autarcas?..
Senhores governantes, senhores encarregados de
educação, meninos e meninas, apenas podemos assumir convosco um único
compromisso, vamos continuar a lutar por um amanhã melhor, pelos vossos sonhos,
pelo vosso/ nosso futuro e acreditamos QUE SE TRABALHARMOS JUNTOS, TODOS
PELOS MESMOS OBJETIVOS – O SUCESSO DOS NOSSOS ALUNOS, A VALIDADE DOS
ENSINAMENTOS MINISTRADOS E O RIGOR DAS AVALIAÇÕES – então realmente estaremos a
cumprir a nossa missão.
termino recordando José Carlos Ary dos Santos
“Estudar não é só ler nos livros que há nas
escolas.
É também aprender a ser livres, sem ideias
tolas.
Ler um livro é muito importante, às vezes,
urgente.
Mas os livros não são o bastante para a gente
ser gente.
É preciso aprender a escrever, mas também a
viver, mas
também a sonhar.
É preciso aprender a crescer, aprender a
estudar.
Aprender
a terra, aprender o trigo e ter um amigo também é estudar.
Estudar também é repartir, também é saber dar o que a gente souber dividir para
multiplicar.
Estudar é escrever um ditado sem ninguém nos ditar;
e se um erro nos for apontado é sabê-lo emendar.
É preciso, em vez de um tinteiro, ter uma cabeça que saiba pensar, pois, na
escola da vida, primeiro está saber estudar.
Contar todas as papoilas de um trigal é a mais linda conta que se pode fazer.
Dizer apenas música, quando se ouve um pássaro, pode ser a mais bela redacção
do mundo…
………..Estudar
é muito
……………..mas pensar é tudo!”