terça-feira, 20 de janeiro de 2009

de 11/09/2001 a 20/01/2009



Nos seus últimos discursos aos americanos George W. Bush passou uma ideia em meu entender muito acertada - só o tempo e a História poderão avaliar o seu mandato. Para a maioria dos cidadãos seus contemporâneos, nacionais ou estrangeiros, a sentença está proferida: culpado. Tomou (pois o vencedor que o mundo queria era Al Gore) o poder numa América que era vista como "a terra da liberdade". E acaba por deixar ao sucessor e vencedor aclamado a nível mundial uma América menos poderosa e mais consciente dos seus limites - o que, noutras circunstâncias, não seria grande pecado. Mas a "tempestade perfeita" nascida da invasão do Iraque deixou a cena internacional às portas do caos. A fatalidade consuma-se com a explosão da crise financeira, de que não foi o responsável directo mas que constitui a maldição final da sua presidência.Depois de, no primeiro mandato, ter assumido o objectivo de reformular o mapa do mundo, dedicou os três últimos anos a tentar corrigir os efeitos da cadeia de desastres iniciada em 2003.

Al Gore - perdeu o mundo um grande líder

A campanha presidencial de 2000 indiciava que George W. Bush seria um país muito virado para o interior dos Estados Unidos, negligenciando o papel do país no mundo, tendo apelado à humildade na relação com os outros países. No discurso de posse, prometeu defender "os nossos aliados e os nossos interesses", mostrando "resolução sem arrogância".

Que aconteceu?

procura-se vivo ou morto

A organização terrorista Al-Quaeda de Bin Laden e o dia da infâmia - 11 de Setembro mudaram-lhe os planos. A mudança foi evidente logo no dia 12 de Setembro de 2001, em que proclama: "Encontrámos a nossa missão". A missão era a "guerra contra o terrorismo", o combate entre o Bem e o Mal, rapidamente transformado numa operação de "engenharia geopolítica global" que deu lugar à arrogância, à desmesura e, por fim, à perda.

o ataque da besta

A nova era americana.
O 11 de Setembro é o marco nas relações internacionais, à um antes e um depois, evidente como afirmou o autor Pierre Hassner "através da reacção dos Estados Unidos e, ainda mais, através da reacção do mundo àquela reacção". O infame ataque abriu caminho aos falcões da administração, liderados pelo vice-presidente Dick Cheney e pelo secretário da Defesa, Donald Rumsfeld, e afastou os moderados, como o secretário de Estado, Colin Powell. George W. Bush é atraído para o novo paradigma do século americano a guerra contra o terrorismo a chave para um realinhamento democrático do Médio Oriente dentro da nova ordem internacional. O Pentágono acaba por substituir o Departamento de Estado como primeira fonte da política externa. A derrapagem começa no Iraque, pois o ataque ao estado fantoche comandado pela Al-Qaeda em 2001, teve uma legitimação internacional.

antes um tirano assassino - hoje um democrata!!!

Os neoconservadores nunca esqueceram o Iraque e Saddam, este será o primeiro acto de um vasto jogo, que deveria reordenar por etapas o mapa do Médio Oriente. A resolução do conflito israelo-árabe é o grande objectivo, no entanto por hora relegado para segundo plano: A estrada para Jerusalém passa por Bagdad. A América reconstrui-se como única super-potência global. Foi a "ilusão do Império", escreveu em 2004 o americano John Ikenberry. Entramos na então chamada "Doutrina Bush" que assentava na teoria da guerra preventiva, no unilateralismo, na troca das alianças permanentes por coligações de interesses de bases variáveis consoante o inimigo a combater, no antagonismo com a ONU, na diminuição dos tratados internacionais em função dos interesses dos Estados Unidos. E na imprevisibilidade dos limites da força militar: o exercito dos EUA derrota rapidamente as forças de Saddam, mas os políticos norte-americanos não conseguem vencer a batalha dos mass-media e da opinião pública global.

Foram criadas quezílias diplomáticas com os tradicionais aliados europeus que Rumsfeld, classificou entre "nova e velha Europa".

a esperança num mundo melhor que continua a ser impossível no mundo árabe

O Grande Médio Oriente.
A estratégia é muito simples: a invasão do Iraque teria o apoio dos iraquianos e à sua democratização servindo este país de catalisador para ocorrerem reformas democráticas em toda a região, do Egipto à Arábia Saudita, do Líbano ao Yemen. Aos resistentes, expeculativamente a Síria e/ou o Irão, seria aplicada a coerção militar. Em Maio de 2003, Bush anuncia um projecto de remodelação político-social do Grande Médio Oriente, que será lançado no início do ano seguinte. Visava a modernização e a democratização do mundo islâmico, do Magrebe ao Paquistão. Declarara Bush no discurso sobre o Estado da União: "Enquanto o Médio Oriente permanecer um lugar de tirania, desespero e cólera, continuará a produzir homens e movimentos que ameaçam a segurança dos Estados Unidos e dos nossos amigos. Assim, a América prossegue uma estratégia de avanço da liberdade no Grande Médio Oriente."
"A democracia não se pode exportar", advertiu Samuel Huntington. Em 2005, escrevia um jornalista libanês: "Após décadas de seca, parece que chove democracia no Médio Oriente": eleições no Iraque, anúncio da "eleição democrática" do Presidente do Egipto, minieleições sauditas, a sublevação pacífica no Líbano e a preparação de eleições na Palestina. "Terá Bin Laden desencadeado uma revolução democrática no Médio Oriente?", interrogava-se o britânico Timothy Gorton Ash. E o neoconservador Charles Krauthammer apelava: "As revoluções não estacionam; ou avançam ou morrem. Estamos na aurora de um glorioso, delicado e revolucionário momento no Médio Oriente."Áreas houve, como a Ásia ou África, em que a política de Bush alcançou sucessos. Mas será o fiasco no Médio Oriente que quase tudo domina, suscitando a ideia de que, afinal, "o mundo se tornou mais perigoso".

Os anos de contrição.

E de repente tudo corre mal, afinal não existiam armas de destruição maciça (ADM) no arsenal de Saddam. Rapidamente os falcões afirmam que a guerra continua a ser justa, pois o grande objectivo era a democracia, e que as ADM foram o pretexto para obter um consenso internacional para a invasão.

o Pentágono antes de 11 de Setembro

e depois do infame ataque

Começa, o caos iraquiano aumentam o número de mortos, o sentimento de "falsa vitória", agravada com as denuncias de tortura em Abu Ghraib e Guantanamo provocam efeitos sociais devastadores.
abu graib

Guantanamo

e continua o caus: na Palestina, o Hamas vence as eleições parciais e expulsa a Fatah da faixa de gaza, no Afeganistão, regressam os taliban, até o Irão e a Venezuela se sentem com força de desafiar os EUA. A partir de fins de 2005, a situação descontrola-se. Nos EUA, a opinião pública, inicialmente favorável à cruzada de Bush, começa a mudar. O ódio aos Estados Unidos torna-se preocupantes.
No Verão de 2006, dá-se o regresso dos realistas, mas já sem Colin Powel. Bush afasta Rumsfeld e Wolfowitz e o vice-presidente Cheney perde influência. No final do Ano de 2006, sai o relatório da comissão Baker-Hamilton que afirma que os Estados unidos não estão a ganhar a guerra no Iraque - é a confirmação da falência da política internacional da Administração Bush propondo uma "ofensiva diplomática geral", contrária ao conceito de "guerra ao terrorismo" que se seguio ao 11 de Setembro.
A mudança não demora.
Reaproximação aos aliados europeus. Aposta na iniciativa política em detrimento da iniciativa militar no Iraque. É relançado, o processo de paz israelo-palestiniano. São desligados os motores da guerra contra o Irão. Condoleezza Rice e a diplomacia ganham protagonismo.
Bush sai de cena quando começava a aprender que a sua cruzada contra o terror, mais do que eliminar o terrorismo, se tornara na arte de criar novos inimigos.

Condoleezza Rice

11. Depois das festas e das prendas, perguntemo-nos o que podemos esperar de 2009?


dum alfa de esperança até ao ómega de..
k. Barack Obama vai corresponder às elevadas expectativas?

o povo juntou-se à volta do seu presidente
O novo Presidente dos Estados Unidos da América toma posse a 20 de Janeiro com o país mergulhado "na pior crise económica desde a Grande Depressão", como lembra constantemente.
do monumento à 1ª e 2ª grande guerra ao Capitólio
Obama prometeu apresentar um plano de estímulo da economia logo nos primeiros dias do seu mandato, uma medida que foi bem recebida pelo Congresso e opinião pública - aliás, as sondagens indicam uma enorme satisfação da população americana com as decisões iniciais do seu futuro líder, com mais de 75 por cento a classificar como "muito boa" a equipa de governo escolhida pelo Presidente eleito.
famílias presidenciais
Pelo carácter inspirador da sua campanha, e pela convincente vitória eleitoral, Obama tem, à partida, todas as condições para se sair bem no primeiro ano de mandato.
Washington em festa
Mas não tem grande margem de manobra: a recessão obrigará ao adiamento de muitas das suas promessas (a nível doméstico e internacional) e isso inevitavelmente arrefecerá os ânimos e frustrará alguns dos seus apoiantes mais entusiastas.

O juramento - mão na Bíblia, jura a constituição

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

10 - Depois das festas e das prendas, perguntemo-nos o que podemos esperar de 2009?


j. José Manuel Barroso poderá conseguir os apoios necessários para ser eleito para um novo mandato de presidente da Comissão Europeia?
É provável, mas está longe de garantido. A decisão só será tomada pelos líderes da União Europeia (UE) em Junho, depois das eleições para o Parlamento Europeu e em função dos seus resultados.

À partida, Barroso tem boas condições para ser reconfirmado por mais cinco anos: tem carisma, pertence à família política certa (os conservadores do PPE), não tem por agora nenhum adversário conhecido, e conta com o apoio dos grandes Estados-membros, a quem teve o cuidado de não fazer sombra. A única dúvida real nesta frente parte da Alemanha, que ainda não digeriu a proximidade, considerada excessiva em Berlim, entre Barroso e o Presidente francês, Nicolas Sarkozy.

Contra ele, o presidente da Comissão tem sobretudo a crise económica que se anuncia em 2009, a mais grave da história da UE, que poderá perturbar os resultados das eleições de Junho - incluindo uma derrota do PPE e uma forte subida dos movimentos extremistas e eurocépticos - de tal forma que leve os Vinte e Sete a decidir mudar a "cara da Europa".

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Toda a verdade sobre as compras públicas do Estado


Chamem o Marquês de Pombal ou o Salazar para pôr estes criminosos no fundo do mar


Crianças têm frio e fome - idosos não conseguem pagar medicamentos


e esta canalha vive e gasta como marajás


este bom Homem certamente não merecia arder na fogueira - mas a canalha que nos governa/rouba - dava um belo churrasco e o país ficava bem melhor

Uma fotocopiadora pode custar seis milhões e uma embalagem de toner 45 mil euros.
Saber onde é que o Governo gasta o dinheiro dos contribuintes já é possível. Uma associação decidiu fazer um site que revela as compras feitas pelos organismos públicos através de ajuste directo, ou seja, sem concurso público, por considerar que a base de dados oficial não permite fazer pesquisas eficazes. Ministério das Finanças afasta responsabilidade sobre compras públicas As compras estão relacionadas sobretudo com a área das tecnologias e há «campeões» em termos de adjudicações. É o caso da Prológica - sistemas informáticos S.A, que trabalha em parceira com a JP Sá Couto na produção de Magalhães (com 11 atribuições), seguida pela Novabase com 6.


Quanto custa o quê?


Ao aceder a esta lista listagem, ficará a saber, por exemplo, que a renovação do licenciamento de software Microsoft foi atribuído à Prológica (empresa ligada ao projecto Magalhães) por 14,3 milhões de euros; e que a Universidade do Algarve adjudicou à «Viagens Abreu» uma viagem aérea Faro/Zagreb (com regresso a Faro, para 1 pessoa durante três dias) por 38 mil euros.
Fotocopiadora custa seis milhões de euros Mais caro ficou um toner para impressora «hp p2015» adquirido pela Administração Regional de Saúde do Centro/ Sub-Região de Saúde de Aveiro à ATM por 45 mil euros. Já o município de Beja comprou à Cannon Portugal para a divisão de obras municipais, em Outubro, uma fotocopiadora, «multifuncional do tipo IRC3080I» por 6,5 milhões de euros. Esta informação está, no entanto, limitada às compras efectuadas a partir de Agosto de 2008. Segundo o jornal «Público», este site foi desenvolvido em 8 horas de trabalho e foi gasto apenas 18 euros (para um registo do domínio transparência-ap.org). Criado pela Ansol (Associação Nacional para o Software Livre), uma organização sem fins lucrativos, e que se dedica a fomentar o uso de software livre. A ideia de lançar este site, de acordo com o «Público», surgiu quando a associação se apercebeu de que o portal dos concursos públicos tinha vários problemas de funcionalidade, explicou o vice-presidente, Rui Seabra.

9 - Depois das festas e das prendas, perguntemo-nos o que podemos esperar de 2009?


i - Estarão os Lisboetas dispostos a ver Pedro Santana Lopes regressar à presidência da CML?
A seu favor na corrida eleitoral à presidência da Câmara Municipal de Lisboa, Santana Lopes tem a grande divisão do espectro político da capital, com especial relevo para Helena Roseta, que, ao que tudo indica, não irá concorrer coligada com António Costa (parece-me que poderá substituir José Sá Fernandes e avançar com o apoio do Bloco de Esquerda), e o PCP, que, com umas legislativas pela frente, dificilmente poderá aceitar uma aliança com o PS. E com a esquerda a roubar votos ao PS, as possibilidades de Santana sobem muito.
Tem ainda do seu a grande empatia que consegue estabelecer com o eleitorado – recordemos as celebres santanetes.; Por outro lado o túnel do Marquês de Pombal, irá ser lembrado vezes sem conta, assim como outras obras em alguns bairros sociais. Contra si, Santana Lopes tem a sua próprio imagem, o ex-primeiro--ministro com um governo de trapalhadas que levou Jorge Sampaio a lançá-lo borda fora da cadeira de líder do executivo. Tem também contra si algum PSD que não deixará de lhe minar o caminho. O seu estilo agitado de fazer política pode valer-lhe alguns votos, mas em 2009 não deixará de parecer estranho aos olhos da opinião pública, quando comparado com o estilo discreto de Manuela Ferreira Leite. Por último, no lado dos contras deve juntar-se ainda o facto de ter sido um dos presidentes da câmara que ajudaram a afogar a autarquia em dívidas - e de as investigações judiciais a factos ocorridos durante o seu mandato em Lisboa ainda não terem obtido um desfecho. Irá Santana regressar à presidência da CML? É possível, mas sinceramente não acredito nem quero acreditar.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

o meu mano do meio - António Sousa

o mano
o atleta

provas nacionaisa técnica de corrida em nome de Portugal

8 - Depois das festas e das prendas, perguntemo-nos o que podemos esperar de 2009?

h. Vai Manuel Alegre deixar o PS e fundar um novo partido

Se por estes dias alguém vir Manuel Alegre a passear à beira-mar, então os sinos na sede no largo do Rato devem tocar e os aparatchik do partido têm de ficar alerta. Pois se nos lembrarmos foi após um passeio à beira-mar que o deputado poeta decidiu candidatar-se a Presidente da República contra o candidato oficial do partido Mário Soares.
Não acredito que Alegre tenha coragem de deixar o PS, a não ser que não veja da parte de José Sócrates efectivas políticas de esquerda ou se perante a possibilidade do partido não conseguir a maioria absoluta, o líder do PS, candidato a primeiro-ministro deixar no ar a ideia de que poderá fazer uma aliança parlamentar ou governamental com o CDS-PP. Ideia que até poderá estar na cabeça de alguns socialistas próximos do líder do PS, por essa razão é que dificilmente Sócrates dirá algo sobre o assunto antes das eleições legislativas.

Até lá, o PS vai tentar segurar Alegre e os "alegretes". O congresso socialista de finais de Fevereiro é a próxima data a ter em conta nesta novela "rosa de punho erguido".

Para já, Sócrates vai dizendo que o PS é o "grande partido popular da esquerda democrática e da esquerda moderada em Portugal" e que Alegre é património do Partido Socialista, tendo como tal assento nas listas do partido nas próximas eleições.

01.05 - finalmente entrei em casa


pois é meus amigos el peregrino hoje ficou fechado do lado de fora, na rua com a chave metida na fechadura por dentro..

E agora que fazer já passa das onze e meia estou de calção e camisola, chove torrencial mente está frio e..

Chamei os bombeiros e eles resolveram..

E assim se resolveu mais um imbróglio..

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

concordo e subscrevo

Don José Policarpo


«Cautela com os amores. Pensem duas vezes em casar com um muçulmano, pensem muito seriamente, é meter-se num monte de sarilhos que nem Alá sabe onde é que acabam»

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

7 - Depois das festas e das prendas, perguntemo-nos o que podemos esperar de 2009?

g. Será Manuela Ferreira Leite a candidata do PPD/ PSD a primeiro-ministro nas próximas eleições Legislativas?

Parece-me que SIM. A líder do PSD já garantiu que só em caso de força maior não será candidata ao cargo e tem mostrado que nada nem ninguém a afastará dessa vontade. Claro que há a oposição interna, mas não será daí que virão grandes males. Menezes não se cala, mas cada vez que fala só reforça a líder, e Pedro Passos Coelho, apesar de já andar numa espécie de campanha eleitoral, sabe que este ainda não é o seu momento. Ferreira Leite será certamente candidata a primeiro-ministro, a questão é saber que PSD chegará às eleições e que PSD sairá do acto eleitoral. A actual líder tem a seu favor uma quase certa vitória do PSD nas autárquicas, que poderá criar uma dinamismo positivo para as legislativas, mas o mais importante será o programa de Governo e de que forma poderá ser alternativo ao de Sócrates. Depois há o problema de ter de fazer três campanhas eleitorais no meio de muitos embaraços e divisões no PSD (para as quais ela tem contribuído, como foi o caso da candidatura de Santana Lopes a Lisboa) e há ainda uma clara falta de jeito e de gosto de Ferreira Leite para a batalha nas ruas.

6 - Depois das festas e das prendas, perguntemo-nos o que podemos esperar de 2009?

f. As relações entre os inquilinos dos palácios de Belém e São Bento vão melhorar ou piorar?
O Primeiro-Ministro habituou-nos ao longo dos últimos anos a dizer que, vai continuar a dizer que as relações vão estar sempre excelentes, pese embora o que digam comentadores ou o próprio presidente da República. É a já conhecida estratégia de passar para a opinião pública a ideia de que, se há descontentamento, a culpa é do outro.

António Guterres

Como diria António Guterres: "É a vida!" Cavaco Silva, o "pai" da falecida cooperação estratégica, já provou que não se calará quando entender que deve falar. E foi mais longe do que nunca a 29 de Dezembro, no discurso sobre o Estatuto dos Açores.

Comunicação ao País do Presidente da República

Quando o Presidente da República diz que o que estava em causa era também "uma questão de lealdade" (ou da quebra dela) "no relacionamento entre órgãos de soberania", não se referia só à Assembleia da República, apontava também o dedo ao primeiro-ministro, incluindo-o entre aqueles que em privado lhe disseram uma coisa sobre o caminho que o Estatuto dos Açores seguiria e em público fizeram exactamente o contrário. O que está, pois, em causa já não é só uma questão de relacionamento ou de cooperação, é uma questão de confiança e essa parece já não existir. É claro que, em ano de anunciada crise económica, ambos se vão esforçar por que sejam alcançados entendimentos. Mas com a confiança quebrada e com Sócrates a dar sinais de que usará os conflitos com Cavaco Silva como arma para "caçar" votos à esquerda em ano eleitoral, as coisas só tendem a piorar.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

para aqueles que tantas mensagens me têm enviado :)

parecemos o grande Sporting dos 18 anos - chega o Natal acaba-se o Glorioso
ou o Porto dos 19 anos - saímos de Lisboa em direcção norte e já estamos a perder..

5 - Depois das festas e das prendas, perguntemo-nos o que podemos esperar de 2009?

e. O governo avança com a avaliação dos professores?
Muita parra e pouca uva, os professores que se mobilizaram contra uma lei de carreira docente duma forma nunca antes vista, acabarão por acatar a directriz do Ministério, em versão simplificada como no ano lectivo passado, pois a hipótese de revolta generalizada nas escolas entre os docentes com os mesmos a recusarem a entrega dos objectivos individuais que se propõem.
modelo de avaliação simplificado
Foi esta a cedência do Governo depois de uma chuva de críticas, manifestações e uma greve históricas, abaixo-assinados e tomadas de posição em centenas de escolas. Quem esteja em condições de pedir a reforma nos próximos três anos ficou dispensado da avaliação. Os resultados dos alunos já não contam como critério. E toda a componente científico-pedagógica pode cair, a menos que um docente ambicione ter uma nota de Muito Bom ou Excelente. Sobra a assiduidade, a participação na escola, formação contínua e a relação com a comunidade como critérios de avaliação obrigatórios.
Mário Nogueira
Mas os ânimos continuam exaltados e o ano vai começar como terminou: com uma greve marcada para 19 de Janeiro. No ano de todas as eleições, os sindicatos já prometeram não dar tréguas ao ME, nomeadamente na exigência de revisão do Estatuto da Carreira Docente. Não estaria na hora dos docentes se unirem em prol da dignificação da profissão docente??

greves - um hábito adquirido

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

4 - Depois das festas e das prendas, perguntemo-nos o que podemos esperar de 2009?

d.Poderá o Partido socialista ter pela 1ª vez uma dupla maioria absoluta?

O país que elegeu José Sócrates em 2005 com 46 % dos votos expressos em urna (que foi a primeira maioria absoluta alcançada pelo PS em 32 anos de democracia), tinha como principal referência de poder o PSD mais frágil da sua história. Um PSD que tinha perdido o seu líder e primeiro-ministro Durão Barroso

José Manuel Durão Barroso
eleito há apenas nove meses e que tinha assistido impotente mente à dissolução da Assembleia da República pelo Presidente por manifesta desorganização e incapacidade demonstrada pelo seu sucessor Pedro Santana Lopes, cujo governo desde a tomada de posse ficou associado a um sem número de trapalhadas.

Quando falta menos de um ano para as eleições legislativas, o PSD não estando no estado calamitoso em que encontrava em 2005, mas encontra-se com graves problemas de comunicação, tendo a sua líder Manuela Ferreira Leite (eleita apenas à seis meses) cometido gafes memoráveis 2 de Julho de 2008: “A família tem por objectivo a procriação”, 1 de Novembro de 2008: “as grandes obras publicas só ajudam a combater o desemprego de Cabo Verde e da Ucrânia”, 12 de Novembro de 2008: “Não pode ser a Comunicação Social a seleccionar aquilo que transmite”, 17 de Novembro de 2008: “Não sei se a certa altura não é bom haver seis meses sem democracia, mete-se tudo na ordem e depois venha então a democracia” que dão ao partido uma imagem pouco consentânea com a sua história.
O antigo PPD-PSD
Francisco Sá carneiro
Francisco Mota Pinto

Aníbal Cavaco Silva

Marcelo Rebelo de Sousa

Será este o partido de Francisco Sá Carneiro, Francisco da Mota Pinto, Cavaco Silva ou Marcelo Rebelo de Sousa!!

Para o PS sonhar com a sua primeira dupla maioria absoluta, terá que se preocupar para além do PSD com os partidos à sua esquerda PCP e BE que presumivelmente continuarão a subir, embalados no descontentamento latente em vários sectores da sociedade como os professores, enfermeiros e os funcionários públicos em geral. Também as relações entre o Presidente da República e o governo se têm deteriorado ao longo dos últimos meses, deixando o chefe de estado a garantia que estará atento à governação e a eventuais laivos de eleitoralismo.

Aníbal Cavaco Silva
O aparelho do PS dá sinais de estar desmobilizado e algo dividido (Manuel Alegre está dentro ou fora??) para fazer frente a três campanhas eleitorais.
Para além de tudo o país está oficialmente em recessão. E este é tendencialmente o ponto que José Sócrates e o PS, irão aproveitar ao máximo, dramatizando a situação e apresentando-se como única solução, como mandam os compêndios políticos. De modo a que os portugueses acreditem que, se não for reeleito com maioria absoluta, tudo será pior, que ao contrário de Guterres não se irá cansar de pedir, como o fez na entrevista à SIC na passada 2ª Feira.

José Sócrates