sábado, 28 de novembro de 2009

29 de Novembro - amanhã faço anos :)

Um dia tinha de ser :)
as forças armadas já não precissam de mim
A minha bandeira que um dia jurei defender
O Portugal no dia em que nasci
Não tenho sentimento nenhum politico ou social. Tenho, porém, num sentido, um alto sentimento patriótico.

Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!

Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.

Fernando Pessoa, in Mensagem

A terra de Pessoa e Camões
a pérola do Atlântico - a Ilha do Curral
as ilhas açorianas

V Conferência do Atlântico

Pois é, um dia tudo muda e este ano nas conferências que criei, não fui palestrante na sessão de abertura, não fiz parte da Comissão cientifica, não, não, já não faço parte do dia a dia da Associação de Geografia, novos tempos, novas ideias, novas pessoas, novos paradigmas.. mas alguma nostalgia também :)

novas realidades, aqui na plateia com os meus alunos do 9ºB e com as senhoras professoras Carina Esteves e Florinda Gomes..

mas claro que tinha que ir à mesa ainda que tenha estado semi-calado, lá estive a moderar a mesa das realidades da Macarronésia no que concerne às Migrações - tema da Conferência

e se até à um ano a camisa tinha um logótipo azul e amarelo
agora da castanha original, surgiu um logótipo muito mais bonito trabalhado pelas professoras Carina Esteves e Carolina Sousa

sábado, 14 de novembro de 2009

O que é 2012? O que pode acontecer por volta deste ano?


Conforme o ano de 2012 se aproxima, cientistas, religiosos e místicos do mundo inteiro correm atrás de pistas deixadas por civilizações e profetas do passado explicando como será o fim dos tempos. Em diversas culturas ancestrais o ano de 2012 é marcado nos calendários como o 'Armagedão', o 'Apocalipse', o 'fim do mundo', 'o juízo final', 'o fim de um ciclo' e, nos mais optimistas, 'o ano em que esta era terminará e outra, melhor, será iniciada'. Maias, Egípcios, Celtas, Hopis, Nostradamus e diversos profetas, Chineses e Budistas, WebBots, Cientistas e Religiosos das mais diferentes crenças dizem que o mundo como o conhecemos pode estar com os dias contados. Apresento a seguir algumas teorias do que poderá ocorrer em 2012, antes ou depois. Algumas teorias possuem base científica, outras são espiritualistas e místicas. Recomendo bom senso na leitura.


Segundo a cosmologia Maia, o Planeta Terra possui 5 grandes ciclos ou eras, cada um com cerca de 5.125 anos. Para eles, 4 já passaram. "Os 4 ciclos anteriores terminaram em destruição. A profecia maia do juízo final refere-se ao último dia do 5º ciclo, ou seja, 21 de Dezembro de 2012." diz Steven Alten. O quinto e actual ciclo também terminará em destruição?

O que irá desencadeá-la?

A resposta pode estar em um raro fenómeno cósmico que os maias previram a mais de 2.000 anos. "A profecia maia para 2012 baseia-se num alinhamento astronómico. Em Dezembro de 2012, o sol do solstício vai estar alinhado com o centro de nossa galáxia. É um raro alinhamento cósmico. Acontece uma vez a cada 26.000 anos" diz John Major Jenkins, autor do livro Maya Cosmogenese 2012. A cada 26.000 anos o sol se alinha com o centro da Via Láctea. Ao mesmo tempo ocorre outro raro fenómeno astrológico, uma mudança do eixo da terra em relação a esfera celeste. O fenómeno tem o nome de Precessão. A data exacta de tudo isto é 21 de Dezembro de 2012. "A Terra oscila lentamente sobre seu eixo acabando por mudar a nossa orientação angular em relação a galáxia. Uma precessão completa leva 26.000 anos." diz John Major Jenkins.

Mas o que de facto acontecerá na fatídica data de 21 de Dezembro de 2012?

Para muitos será o dia da aniquilação da raça humana devido a uma inversão dos pólos da Terra.

Como é que isso seria possível?

Devido a distúrbios nos campos magnéticos do Sol que ao gerarem colossais tormendas solares, afectarão a polaridade de todo o nosso planeta. Resultado: o campo magnético terrestre inverter-se-á imediatamente, com consequências catastróficas para a humanidade. Violentos terramotos demolirão todos os edifícios, alimentando tsunamis colossais e actividade vulcânica intensa. Na verdade, a crosta terrestre deslizará, arremessando continentes a milhares de quilómetros de sua localização actual. Alguns académicos tem desenvolvido/ projectando novos mapas da geografia terrestres após as alterações físicas que supostamente ocorrerão. Especula-se que a Europa e a América do Norte sofrerão um deslocamento de milhares de quilómetros em direcção ao Norte, e passarão a ter um clima polar.

Para a surpresa de muitos, em 2008 apareceu um Crop Circle indicando a formação planetária em 2012 e talvez antevendo o que poderá ocorrer em 21/12/2012.

Outros falam que grandes cataclismos serão gerados devido à passagem de um astro/ cometa/ planeta perto da Terra. Seria o “abominável da desolação” de Jesus, a “abominação desoladora” do profeta Daniel, a “grande estrela ardente com um facho, chamada Absinto” do Apocalipse de João, a “grande estrela“, “o grande rei do terror“, “o monstro” ou “o novo corpo celeste” de Nostradamus, o “astro Intruso” ou “planeta higienizador” de Ramatis, o “planeta chupão” citado por Chico Xavier, ou o “Planeta X” procurado pelos astrónomos, ou o “12º planeta” de Zecharia Sitchin, ou o “Nibiru/ Marduk” dos Sumérios.

Ainda que possa parecer insana a teoria de que o Sol têm uma estrela irmã mortal que vai ameaçar a vida em nosso planeta. A hipotética irmã do sol foi sugerida pela primeira vez em 1985 por Whitmire e Matese, que a baptizaram de Nêmesis, a deusa da vingança. Seria até mesmo possível que esta "estrela da morte" já estivesse presente em algum catálogo estelar, sem que ninguém tivesse notado algo incomum. Entre os defensores da existência de Nêmesis estão geólogos que apostam que a cada 26 ou 30 milhões de anos ocorrem extinções em massa da vida na Terra, paralelamente ao surgimento de uma grande cratera de impacto (ou várias delas). Registos geológicos de fato indicam uma enorme cratera de impacto no mar do Caribe, com 65 milhões de anos, do final do período Cretácico, coincidindo com o fim do reinado dos dinossauros. Esse acontecimento terá aberto caminho para que os nossos antepassados mamíferos tomassem conta do planeta e nossa própria espécie pudesse evoluir. Um ou mais cometas teria atingido a Terra, argumentam, envolvendo-a numa nuvem de poeira durante meses.

A ideia de um planeta gigante e desconhecido passar perto da Terra ou até mesmo chocar-se pode parecer absurda, mas a ciência indica que temos com o que nos preocupar. Fala-se de asteróides. Um asteróide (2003 QQ47) de pouco mais de um quilómetro de diâmetro estaria a caminho da Terra e poderia colidir com o planeta no dia 21 de Março de 2014, segundo astrónomos da agência britânica responsável pela monitorização de objectos potencialmente perigosos para o planeta. Outro risco seria o asteróide VD17 2004 descoberto em 27 de Novembro de 2004, que possui aproximadamente 500 metros de comprimento e um bilião de toneladas. A NASA declarou que o VD17 2004 poderia colidir com a Terra no início do próximo século, e com o impacto causaria a libertação de 10 mil megatons de energia (o equivalente à explosão de todas as armas nucleares existentes no planeta) causando a destruição em massa do planeta. O 2004 VD17 é o asteróide com as maiores hipóteses de entrar em colisão com a Terra. As hipóteses de uma colisão com a Terra, em 4 de Maio de 2102, foram avaliadas na ocasião como uma possibilidade de uma em 3.000. Novas observações e cálculos complementares aumentaram o risco a "pouco menos de um por 1.000". Outro asteróide que põe em alerta os cientistas é o chamado Apophis. Segundo os cientistas, há uma pequena possibilidade dele entrar em rota de colisão com a Terra nas próximas décadas. Recentemente a NASA disse que não tem condições de detectar e destruir asteróides.


Para os cientistas da NASA a data de 2012 será marcada por violentas tormentas solares e pelo degelo total do Pólo Norte. Para os governos e para a ONU algo terrível está para ocorrer no nosso planeta, por isso foi inaugurado no início de 2008 o “cofre do fim do mundo” que visa abrigar sementes de todas as variedades conhecidas no mundo de plantas com valor alimentício. Na 14ª Conferência das Nações Unidas sobre a mudança climática, no início de Dezembro de 2008, o ministro polaco do Meio Ambiente, Maciej Nowicki, considerou que a “humanidade com o seu comportamento já empurrou o sistema do planeta Terra para além dos seus limites”. “Continuar assim provocaria ameaças de uma intensidade jamais vista: enormes secas e inundações, ciclones devastadores, pandemia de doenças tropicais e até conflitos armados e migrações sem precedentes”, lançou, pedindo aos negociadores que não “cedam a interesses particulares obscuros neste momento em que devemos modificar a direcção perigosa que a humanidade tomou”. Críticas à comunidade financeira internacional dominaram o discurso do presidente da Assembleia-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) em Junho de 2009, Miguel d"Escoto, na abertura da conferência sobre a crise mundial disse: 'Devemos evitar que a crise (financeira) se transforme em tragédia humanitária, e os humanos acabem como os dinossauros.'. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, alertou, na terceira Conferência da ONU sobre o Clima que, segundo ele, o aquecimento global está a colocar o mundo à beira do abismo. "Estamos a pisar a fundo no acelerador e vamos em direcção ao abismo", denunciou Ban.

A Revista Science publicou um artigo a 26-Junho de 2009 informando que os cientistas são unânimes em dizer que não estamos preparados para a próxima máxima solar que acontecerá entre 2012 e 2013. Uma grande tempestade solar poderá trazer consequências assustadoras para a humanidade. Danos na rede de forças e nos sistemas de comunicação poderão ser catastróficos, dizem os cientistas, com efeitos que podem levar à perca de controle por parte das forças da ordem e à anarquia mundial. As previsões são baseadas na grande tempestade solar de 1859 que fez com que os fios dos telégrafos entrassem em curto-circuito nos EUA e na Europa, levando a grandes incêndios. Possivelmente foi a pior em 200 anos, de acordo com um novo estudo. Com o advento das redes de energia, comunicação e satélites actuais temos um risco muito maior.“Uma repetição contemporânea do evento [de 1859] causaria distúrbios socioeconómicos significativamente mais extensos”, concluíram os investigadores. A cada 11 anos, quando o sol entra na sua fase mais activa, ele pode enviar tempestades magnéticas poderosas que desligam satélites, ameaçam a segurança dos astronautas e até interrompem os sistemas de comunicação da Terra. Um artigo do canal americano FOXNEWS disse: "Uma brutal tempestade solar poderia 'apagar' os EUA por meses". Para piorar a situação, cientistas da NASA informaram em 2003 que foram descobertos "buracos" no campo magnético da Terra, o que pode indicar que nosso escudo protector contra as tempestades solares não suportará a máxima solar que vai ocorrer por volta de 2012. Recentemente um estudo mostrou que o sol bombardeia a Terra com rajadas de partículas – o chamado vento solar – mesmo quando a sua actividade parece estar nos mínimos. Se isso for verdade, a Terra pode sofrer grandes impactos mesmo diante de um período de mínimo solar.

Para os WebBots algo devastador vai ocorrer em 2012. Segundo os seus "profetas", os WebBots parecem indicar algum evento ligado a descarga de plasma que poderá atingir o nosso Planeta por volta de 2012. Isso poderia sugerir uma explosão de raios gama ou algum evento ligado a tormentas solares que poderá atingir o planeta por volta de 2012. Especula-se também que será por volta de 2012 que o mega vulcão de Yellowstone entrará em erupção e destruirá metade dos EUA, além de afectar drasticamente o clima de todo o Planeta. Também se especula que a Costa Leste dos EUA poderia ser atingida por um grande tsunami ocasionado por uma explosão vulcânica próximo às Ilhas Canárias. Este evento, segundo alguns cientistas. atingiria toda a costa da América central e inclusive teria efeitos no Brasil.

Especialistas consideram possível que nos próximos anos aconteça o temível "Terramoto do Tokai" no Japão, um mega terramoto de proporções catastróficas. Outra possibilidade real que aterroriza os cientistas é a ocorrência de uma mega terramoto mortal em Los Angeles, o chamado "Big One". Segundo alguns cientistas, há sinais que indicam que este evento inevitável se aproxima.

Alguns estudiosos acreditam que 2012 é a data final para encontrar-mos uma solução para o inevitável fim do petróleo que poderá ocorrer nas próximas décadas. Caso isso não seja feito o mundo poderá entrar numa recessão global e posterior colapso económico. As nações irão lutar entre sí pela última gota de petróleo. Isto poderá desencadear uma guerra no planeta e o fim da civilização como a conhecemos, alertam estes estudiosos.

O 'Código da Bíblia' parece indicar que o fim dos tempos chegou após o atentado de 11 de Setembro de 2001 e poderia culminar com a queda de um asteróide ou guerra atómica no ano de 2012. Já para o Timewave Zero a data de 21 de Dezembro de 2012 marca o equilíbrio, o fim dos velhos paradigmas, o novo começo, onde nada será mais como era anteriormente.

Estudiosos do "Livro Perdido de Nostradamus" fazem interpretações do que seria um aviso de Nostradamus sobre o período que vai de 1999 até 2012. Segundo estas interpretações, Nostradamus quer-nos avisar sobre um evento de grande magnitude que pode ocorrer por volta de 2012 no nosso Planeta.


Para alguns monges tibetanos a data de 2012 marcará o "fim dos dias", podendo ocorrer uma guerra atómica por volta deste ano. Ainda segundo este monges, o mundo não será totalmente destruído, já que haverá uma intervenção extraterrestre.

A data de 21 de Dezembro de 2012 é também a data mágica para os índios Hopis do Arizona. "A Profecia Hopi é uma tradição oral de histórias que, no dizer dos índios, previram a chegada do homem branco, as guerras mundiais e as armas nucleares. Eles prevêem também que o tempo acabará quando a humanidade passar para o 'quinto mundo'", relata Richard Boylan em Earth Mother Crying: Journal of Prophecies of Native Peoples Worldwide. Os Hopis escondem ciosamente suas profecias do público em geral, a ponto de às vezes processarem aqueles que as divulgam. No entanto, sabe-se que o Calendário Hopi combina basicamente com o dos maias: ambos marcam o começo do Quinto Mundo, ou Idade, para 21/12/2012.


Algumas fontes sugerem que estamos actualmente nos aproximando do final do Kali Yuga (Idade do Ferro) que, segundo a tradição Hindu, é a última e mais negativa das quatro eras evolucionárias do grande ciclo manvantárico. Existiu uma Idade de Ouro (Satya Yuga), mas à medida que o tempo avançou, o planeta entrou numa espiral descendente negativa e a qualidade de vida em cada Yuga (Idade ou Era) tornou-se gradualmente removida do conhecimento da verdade e da lei natural. O Kali Yuga é caracterizado pela intoxicação, prostituição, matança de animais, destruição da natureza e pelo vício do jogo. Esta é a era onde a gratificação dos sentidos é a meta da existência, onde se acredita somente no que se vê, onde não existe misericórdia e onde Deus se tornou um mito. Existem guerras, o vício e a ignorância são dominantes e a verdadeira virtude é praticamente inexistente. Os líderes que governam a Terra são violentos e corruptos e o mundo tornou-se completamente pervertido. Segundo os preceitos do hinduísmo, Kalki, o 10º e final avatar de Vishnu, virá montado num cavalo branco, manuseando uma espada flamejante com a qual irá derrotar o mal e restaurar o dharma, dando início a um novo ciclo, uma nova Idade de Ouro ou Satya Yuga. No “Brahma-Vaivarta Purana”, que é um texto religioso Hindu, o senhor Krishna diz a Ganga Devi que uma nova Idade de Ouro irá começar 5 000 anos depois do início do Kali Yuga e que esta durará 10 000 anos. Esta previsão da chegada de um novo mundo é também profetizada pelos maias. O calendário maia começou com o 5º Grande Ciclo em 3113 a.C. e terminará em 21 de Dezembro de 2012. O Kali Yuga Hindu começou em 18 de Fevereiro de 3102 a.C. Só existe uma diferença de 11 anos entre o começo do Kali Yuga e o começo do 5º Grande Ciclo dos maias. Os antigos Hindus utilizaram principalmente calendários lunares, mas também calendários solares. Se o calendário lunar normal equivale a 354,36 dias por ano, então seriam 5270 anos lunares desde que começou o Kali Yuga até à data de 21 Dezembro de 2012. São cerca de 5113 anos solares de 365,24 dias por ano desde o início do Kali Yuga até ao Solstício de Inverno de 2012. Desta forma, o calendário Maia parece corroborar o calendário Hindu. Quer por anos solares ou lunares, de acordo com as antigas escrituras Hindus, parece ter chegado o tempo da profecia de Krishna se realizar. Uma idade de ouro pode assim começar em 2012. É impressionante porque ambos os calendários começam mais ou menos ao mesmo tempo, há cerca de 5000 anos atrás e ambos prevêem um novo mundo totalmente diferente, uma Idade de Ouro que se iniciará cerca de 5000 anos depois do começo dos mesmos. E não deixa de ser espantoso porque, historicamente, estas duas culturas antigas não tiveram nenhum tipo de contacto. Mais uma vez parece existir alguma verdade por detrás disto.

Para Howard Menger, famoso por afirmar ter sido contactado por seres extraterrestres dos anos 50, os et's teriam lhe contado que retornariam à Terra em 2012. Curiosamente o sacerdote Maia Chilam Balam diz o mesmo. Segundo ele, o fim deste katum, que terminará em 2012, será marcado pelo retorno da divindade Suprema à Terra, anunciando uma nova era, nas relações humanas. O Livro Sagrado Maia do CHILAM BALAM, diz: "Ao final do último Katun (1992-2012) haverá um tempo em que estarão imersos na escuridão, mas logo virão os homens do Sol trazendo o sinal futuro. Despertará a Terra pelo norte e o poente, o ITZA despertará". Podemos ver que esta profecia Maia é compatível com os religiosos que aguardam pela volta do messias ou pelos estudiosos dos discos voadores que esperam o grande contacto extraterrestre. Todos falam que este acontecimento irá ocorrer o mais breve possível.

Os religiosos e espiritualistas esperam pelo "Juízo Final" ou "Armagedão", a separação espiritual do “joio e do trigo” ou a "batalha final entre Deus e Satanás", que se dará com a chegada de um messias (ou numa visão mais moderna dos extraterrestres) e colapso total da civilização humana baseada no materialismo/ egoísmo (colapso do sistema económico) e início de um "novo mundo", uma nova civilização voltada ao espiritualismo, amor e fraternidade. Nesta mesma linha de “juízo final”, outros falam que a chegada dos extraterrestres irá ocorrer após um cataclismo provocado pela passagem do “segundo sol” (como já expliquei anteriormente).

Estudiosos do Calendário Maia como o espiritualista Fernando Malkun também defendem a teoria que a data será marcada por uma mudança de consciência: o fim do medo.

Não podemos esquecer que na visão espiritualista do “fim do mundo”, o lado material (catástrofes, fim do dinheiro, materialismo, consumismo, etc) é colocado em segundo plano. Não que isso não acontesa. Eles afirmam que vai acontecer, mas o que vai separar um mundo do outro é a mudança de consciências: a consciência egoísta e individualista “sou ser humano, pertenço ao planeta Terra” morrerá e nascerá a consciência universalista “sou a encarnação de um espírito, pertenço ao Universo”. Lembrando que para os espíritas e muitos espiritualistas os reprovados no “juízo final”, ou seja, aqueles que não mudarem a consciência frente as últimas “provas”, serão exilados no Nibiru/ Planet X e terão que recomeçar do zero todo o processo de reencarnação, enquanto que os aprovados para a nova Terra vão estar livres de recordações do passado e qualquer traço de egoísmo e individualismo. Serão os habitantes da nova Terra, do "mundo de regeneração", como os espíritas falam.

Como podemos ver, muitos têm a sua versão do que vai ocorrer por volta de 2012. Mas se notar você vai ver que não será o “fim do mundo”, mas o fim de “um tipo de mundo”, da nossa civilização, sociedade, raça. Como sempre aconteceu, uma nova raça mais desenvolvida vai surgir após a extinção da velha.

Não tenho a menor dúvida que a nossa civilização está à beira do colapso. Nunca antes estivemos mergulhados em tantas crises ao mesmo tempo: superpopulação humana, pobreza e desigualdades sociais, crise financeira mundial, crise alimentar, crise energética, escassez de água e petróleo, consumismo frenético, ameaças de terrorismo e guerras nucleares, o reaparecimento de doenças mortais, escândalos quedas de governos, mudanças climáticas e o aumento impressionante das catástrofes naturais e da extinção de espécies, além do agravamento da violência e distúrbios civis. Qualquer um que ousar pensar compreende que, independentemente das profecias de 2012 se realizarem, nossa sociedade está a ir dum modo desenfreado em direcção ao precipício. Por mais absurdo que possa parecer, isso não é nem um pouco irracional. Se olhar-mos para a história vemos como grandes civilizações entraram em colapso quando atingiram o auge intelectual e tecnológico. Num só golpe desaparecerem da face da Terra, deixando apenas perguntas sem respostas e um grande mistério.


http://porque2012.com/porque2012.html

terça-feira, 10 de novembro de 2009

10ª jornada

Benfica-Naval, 1-0

Demorou, mas o muro também caiu na Luz



Na Luz, o muro também caiu! Vinte anos após a queda em Berlim, os encarnados tiveram trabalho tão grande como o colapso do Leste como o conhecêramos até 1989. Custou, demorou uma eternidade, mesmo. Mas a cabeça de um espanhol tão pensante como trabalhador derrubou os alicerces de uma Naval apostada em defender, e apenas defender, e que teve em Peiser a figura maior da noite da Luz.



A ocasião de ouro de ganhar pontos aos adversários consumou-se tarde, mas muito a tempo de conceder justiça a uma equipa que ia perdendo forças com o tic-tac do relógio, e, sobretudo, pelo desespero que foi ver o guardião adversário parar as bombas atiradas contra o maciço contrário. Assustou a Naval mesmo no fim, mas seria castigo pesado para a equipa de Jesus e para os milhares de gargantas roucas, que não cansaram de fazer os encarnados ter fé.

Terá sido da superstição?

Para os supersticiosos, o Benfica começou a atacar para Sul, ao contrário do habitual, por ordem de Peiser ao capitão Godemeche. Talvez por isso, a águia tenha começado a meio gás. Mas cresceu, cresceu tanto que no final dos primeiros 45 minutos já tinha boas ocasiões para chegar ao golo. Porém, havia Peiser que era ainda maior que o Benfica, com defesas espantosas, para desespero da causa encarnada.

Di María foi o primeiro a fazer o francês brilhar. Livre aos 14 e Peiser voou para defesa; Javi Garcia imitou o argentino e, lá estava o guarda-redes; Di María voltou a tentar, de bola corrida: deu no mesmo, com defesa a punhos. Daniel Cruz ia traindo Peiser, mas até as infelicidades dos colegas o francês defendeu.

E quando falhou, Saviola atirou no poste! O Benfica lançou mais ataques e o primeiro tempo fechou com mais um episódio que espelhou tudo o que se passou até então: Javi Garcia cabeceia, os adeptos começam a gritar golo, mas, lá está, Peiser, interrompeu-os. O guardião era o muro que na Luz não caía. A Naval tinha abdicado de fazer qualquer coisa lá na frente e no Benfica percebia-se uma coisa: Cardozo fazia falta, não só pelo pouco que jogava Nuno Gomes, mas também porque no que toca a meter a bola na baliza, o paraguaio fá-lo como ninguém.

Era o super-homem?

O acelerador encarnado estava no fundo, mas alguém injectou ainda mais potência. Jorge Jesus certamente, ao intervalo. O Benfica carregou, foi para cima da Naval, mais ainda se era possível. Mas a força toda de uma equipa e dos mais de 40 mil na Luz esbarrava nos poderes do Super-Homem. À medida que os colegas iam caindo, Peiser mantinha-se de pé. Defendia tudo, até com as pontas dos dedos desviou um golo (era mesmo isso) de Di María para o poste.

Nuno Gomes dera o lugar a Weldon, antes disso, mas era o guardião da Naval que merecia a crónica toda do jogo, o destaque maior e a nota mais alta. A oportunidade de ouro do Benfica em ganhar pontos aos rivais e encostar no Sp. Braga ia-se perdendo nas mãos de um francês, até porque as oportunidades sucediam-se minuto a minuto.

Com o tempo a passar, os encarnados tiveram de buscar força onde parecia não haver, sobretudo Di María. Mas seria o argentino a meter no alto da área contrária, onde apareceu o espanhol Javi Garcia, que numa imitação do voo da águia, saltou e cabeceou para onde Peiser não podia estar. A omnipresença é para os deuses. O francês saiu apenas como herói, como saiu Javi Garcia e restantes encarnados, pelo jogo e fé que demonstraram.

Peiser - Apesar do golo sofrido, Peiser é, sem dúvida, o homem do jogo. Durante a primeira parte, em três livres perigosos para a baliza da Naval, o guardião fez duas grandes defesas. Ou seja, aquelas que importavam, já que o remate de Aimar, aos 32 minutos, saiu por cima. Mas o francês já tinha travado os remates de Di María (14m) e de Javi García (19m). A acção do guarda-redes não ficou por aqui: aos 38 minutos, evitou o autogolo de Daniel Cruz; aos 40, mostrou-se atento a uma boa combinação entre Di María e Saviola. A sorte protegeu-o, aos 44 minutos. Peiser falhou a saída e Saviola atirou ao poste. Em cima do intervalo, fez mais uma grande defesa, na sequência de um canto apontado por Aimar. Javi García cabeceou a bola, de cima para baixo, e o francês voou para travar a bola. Olhando para os lances poderíamos interrogar: será que o jogador da Naval é de elástico?! Não, o guardião dos figueirenses é «apenas» humano. Peiser mostrou ter qualidade e bons reflexos. Na segunda parte, continuou a mostrar-se atento e fez mais umas quantas grandes defesas.

Diego Ângelo - Fez uma boa exibição, estando uns furos acima do seu companheiro do centro da defesa. Mostrou-se atento, usando o poder físico sempre que a velocidade falhou. O central não parou durante todo o jogo. Trabalhou e lutou, no ar e no terreno, sem se deixar intimidar pelo estatuto do adversário ou o ambiente que encontrou na Luz.

Javi García - É o homem que se coloca à frente da defesa, mas hoje quase não teve de fechar os caminhos para a baliza de Quim, uma vez que a Naval (basicamente) não atacou. Por isso, o espanhol aproveitou para subir no terreno e tentar ajudar os atacantes a romper a muralha defensiva contrária. Esteve perto de marcar. Aos 45 minutos teve o «azar» de apanhar pela frente Peiser, já que o médio tinha tudo para marcar. Estava no sítio certo à hora certa (ou, pelos vistos, não). Posicionamento e o cabeceamento perfeitos, que o guardião da Naval travou. Já perto do final, García marcou o golo que garantiu a vitória dos encarnados. Um prémio para o espanhol, que fez um bom jogo.

Saviola e Di María - A dupla argentina entende-se bem. Os lances de perigo que criaram são exemplo disso. Saviola atirou ao poste, aos 44 minutos. Depois foi a vez do camisola 20 fazer abanar a baliza de Peiser, aos 67 (fica, contudo, a sensação de que o guarda-redes ainda toca na bola). Tendo em conta que o Benfica defrontou uma Naval que defendeu com quase toda a equipa, os dois argentinos fizeram o que puderam, mesmo que nem sempre as coisas tivessem corrido da melhor forma, ou como poderiam correr.

Nuno Gomes - Voltou à titularidade, perante a ausência de Cardozo. O capitão não era titular, em jogos da Liga, desde a 27ª jornada da época passada. Aliás, esta foi a primeira vez que o «21» actuou de início na Liga, com Jorge Jesus - foi titular por duas vezes na Liga Europa, com o Vorskla e o BATE Borisov. O avançado português, que ficou fora das escolhas de Queiroz, não fez uma boa exibição, até porque nem sempre se «entendeu» com Saviola e acusou falta de ritmo competitivo.


Marítimo-F.C. Porto, 1-0


A 8 de Novembro de 1999, o FC Porto tinha perdido no «caldeirão» por 2-1. Este domingo, outro 8 de Novembro, os portistas voltaram a sair derrotados dos Barreiros onde já não perdiam desde a temporada de 2002/03. A equipa de Mitchell Van der Gaag travou mais um grande e a «laranja», leia-se equipa, deste técnico holandês está a jogar bom futebol, com uma grande atitude. Não está nada «gaag(a)» esta formação verde-rubra. Já o FC Porto só se pode queixar de si mesmo. Muito apático e sem pressionar, só apertou na parte final em desespero de causa. Não foi o suficiente.


Entretida a primeira parte. É o que se pode dizer dos primeiros 45 minutos do Marítimo- FC Porto, nos quais a equipa da Madeira mandou no jogo. Os portistas surgiram algo apáticos, dando muito espaço aos locais e procurando apenas um erro. E isso custou caro. É que os pupilos de Van der Gaag deram um «banho de bola e de humildade» à formação de Jesualdo Ferreira.

Foram sempre os verde-rubros a estar mais perto da baliza adversária, muito pelas acções de Alonso, Baba, Marcinho e Manú que foram complicando, e muito, a vida a uma defesa nortenha algo insegura e lenta. Importante também o capitão Bruno, que foi pautando o jogo da equipa ao seu ritmo. E bem diga-se. Ao minuto 22, após um cruzamento de Alonso, Djalma cabeceia com muito perigo mas por cima. Dando expressão à maior posse de bola e ao futebol desenvolvido, os maritimistas chegaram ao golo aos 29 minutos. Com algum felicidade é certo, pois o cruzamento de Alonso desviou em Rolando e enganou Helton.

Baba baralha defesa portista

Após o golo, os dragões tornaram-se um pouco mais atrevidos e após roubar a bola a João Guilherme, Hulk foi egoísta e perdeu uma boa situação com colegas em melhor posição de causar problemas. Mas os homens de Gaag não se intimidaram. E Baba por duas vezes esteve perto de bater Helton com dois excelentes cabeceamentos mas que saíram ligeiramente por cima.

Tempo de intervalo e Jesualdo Ferreira bem suspirou por tal, pois teria muita coisa para corrigir na sua equipa. O técnico mexeu no conjunto ao intervalo e lançou Mariano no lugar do apagado Guarin.

A reacção do FC Porto tardou em surgir. Os primeiros quinze minutos do segundo tempo não trouxeram nada de novo. Os actuais campeões não se aproximaram mais da baliza de Peçanha que tinha uma noite tranquila. O líder dos dragões lançou então Farías, reforçando o ataque, passando a meter dois homens entre os centrais do Marítimo.

No entanto, só de livre aos 69 minutos, por Bruno Alves é que os nortenhos ameaçaram a baliza verde-rubra. Muito pouco para quem estava em desvantagem. A toada da partida estava mais morna que na primeira parte. O Porto começa a tentar pressionar e a subir no relvado mas sem efeitos práticos. E foi até Marcinho que de longe tentou a sua sorte aos 78 minutos e com algum perigo.

Falcão desperdiça

No melhor lance que o Porto conseguiu, ao minuto 80, Falcão viu Peçanha negar-lhe o golo com uma excelente defesa. No lance seguinte, o mesmo Peçanha desviou para canto um remate de Raul Meireles. Os portistas acordaram finalmente. Mas abriam mais espaços e Baba, ao 83, viu Helton defender para canto um remate seu sobre alinha de fundo.

O Porto tentava a todo custo chegar ao empate mas sem grande imaginação e disso sabia tirar proveito a defesa local que chegava e sobrava para as acções ofensivas dos portistas. Afinal, sete anos depois, o FC Porto voltava a perder no «caldeirão». E recuando ainda mais no tempo, 10 anos depois, de novo a 8 de Novembro, os verde-rubros voltam a vencer os dragões. Gaag continua sem perder na Liga.

Baba sempre em acção - Foi sempre uma seta apontada à baliza de Helton. Baba não parou. Procurou a bola, tabelou, rematou, enfim... Trabalho imenso que complicou, e muito, a acção dos defesas do FC Porto. Só não esteve feliz na hora do remate.


Alonso com outra vida - Os adeptos do Marítimo já questionavam o valor do defesa brasileiro que brilhou no rival Nacional. Mas Alonso surgiu em grande, com muitas acções ofensivas e não dando hipótese a Hulk e Rodriguez. Também é de realçar que agora o esquerdino tem apoio de Marcinho, ou Baba, para poder desenvolver as suas capacidades ofensivas.

Fernando intratável - É madeirense e é o exemplo de raça e atitude que Gaag defende para a sua equipa. O central Fernando, sem «rodriguinhos», limpou toda a sua zona. E Falcão não pôde voar para o golo.

Peçanha garantiu vitória - Não teve uma noite de muito trabalho. Mas as duas intervenções que fez, já perto do final, a remates de Falcão e Raul Meireles garantiram que a sua baliza não fosse violada pelos avançados portistas. No resto, esteve sempre atento e seguro.

Falcão assustou - Uma noite de desacerto colectivo para o Porto. E só Falcão assustou com um bom remate que Peçanha defendeu. Este portista bem tentou, mas Fernando e «companhia» não lhe deram espaço para brilhar. Esteve perto de marcar já em tempo de descontos, mas a bola saiu por cima.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

domingo, 1 de novembro de 2009

9ª jornada - Sporting de Braga

Sp. Braga-Benfica, 2-0

«Triplete» à moda do Minho frente a um Benfica em branco

O Sp. Braga completou um «triplete» à moda do Minho. Derrubou Sporting, F.C. Porto e Benfica para ocupar isolada e orgulhosamente o cume da Liga 2009/10. Temos candidato. Ainda há dúvidas? Hugo Viana deu o mote, Paulo César aplicou a estocada final (2-0). Jesus viu a sua equipa ficar em branco, pela primeira vez na competição.

Jorge Sousa cometeu erros, o Benfica tem maiores razões de queixa, sim senhor. Mas nem tudo se explica por aí. Jogo grande, enorme. Um ambiente à altura de um embate entre líderes. A melhor defesa da Liga, com apenas um golo sofrido no Estádio AXA, recebia o ataque mais temível, com trinta cartões de visita em apenas oito jornadas.

A Pedreira engalanou-se, rochas polidas e bancadas bem compostas (24.188 espectadores). O Sp. Braga arrecada mais de 400 mil euros de receita, provenientes de ingressos que chegavam aos 65 euros para o adepto comum. O espectáculo foi bom, muito bom até, mas não cheguemos a tanto.

Em casa mandam eles

Feitos os parênteses, eis o futebol. O Sp. Braga entrou em campo sem deixar o Benfica respirar, utilizando a melhor arma do inimigo contra uma equipa habituada a dominar desde o primeiro minuto. Cardozo escapou ao amarelo, Coentrão não. Falta, bola para Hugo Viana. Assim mesmo, a frio, aquele pé esquerdo fez a bola passar por cima de onze benfiquistas e entrar junto ao ângulo da baliza de Quim. Golo portentoso!

O Benfica entranhava a desvantagem mas tentava responder de imediato. Valeu Eduardo, desviando remates de Ramires e Di María. Nas bancadas, desacatos evitáveis, com uma tocha a cair em cima de adeptos do Sp. Braga, devido à má colocação dos seguidores do clube da Luz.

Casos para não variar

Ao minuto 28, o primeiro caso. Após livre de Aimar, ouve-se o apito de Jorge Sousa. Luisão acaba por marcar de cabeça, mas o árbitro tinha assinalado uma falta de Cardozo sobre Leone, momentos antes. Discutível a infracção, fica o registo de uma decisão tomada antes de surgir o desvio fatal para a baliza do Sp. Braga.

A partir daí, o caldo foi-se entornando. O Benfica reagia mal, Mossoró e Alan obrigavam Quim a duas defesas providenciais e Saviola via um amarelo por simular uma grande penalidade.

O intervalo chegou com uma péssima propaganda para o futebol.Tudo começou em Dí Maria, que ficou agastado com o facto de os elementos do banco do Sp. Braga queimarem tempo. Fez um mau lançamento, terminou a primeira parte e o argentino chutou a bola em direcção ao banco arsenalista, cuspindo de seguida. Lançou-se a confusão, com contornos imperceptíveis para os jornalistas colocados na bancada.

Dividir o mal pelas aldeias

Sp. Braga e Benfica regressaram ao rectângulo de jogo com uma disposição estranha. Aí, percebeu-se que Jorge Sousa expulsara Leone e Cardozo, na sequência dos desacatos generalizados, no túnel. Não seriam os mais exaltados, pelo que foi possível constatar, mas louve-se ao menos a firmeza, a tomada de decisões, em contraste com a habitual assobiadela para o lado, em situações do género.

Domingos Paciência trocou Meyong por Rodriguez, abdicando da referência atacante para repor o stock defensivo. O Benfica respondia com Keirrison, pouco depois. Pelo meio, um par de decisões contestáveis, por parte do árbitro da partida. João Pereira, por exemplo, escapou ao segundo amarelo em lance com Dí Maria. O argentino manteve a chama visitante, Keirrison falhou a oportunidade mais escandalosa mas o Sp. Braga foi estabilizando.

Ao minuto 78, a machada final. Jesus não mexera mais na equipa, estranhamente. Matheus recebe na área, cruza para Paulo César e este fuzila Quim. Moisés salva um golo do Benfica pouco depois. O Sp. Braga saiu do palco como entrou: comportando-se como um grande. «Follow the leader», ouviu-se no AXA.

Hugo Viana, a selecção espera-o
O futebol português resgatou do esquecimento um dos seus maiores talentos. No Sp. Braga, Hugo Viana readquiriu o prazer pelo jogo. O resto esteve lá sempre. A certeza no passe - curto ou longo - a leitura sempre correcta da partida, a colocação inteligente no rectângulo do jogo e, claro, o remate mortífero. O remate que abateu a águia, logo aos sete minutos. Uma execução soberba de um jogador que tem tudo para voltar rapidamente à Selecção Mundial.

Mossoró, técnica prodigiosa
Não é forte nem especialmente rápido, mas tem uma técnica prodigiosa. Perfeito na forma como recebe e entrega a bola, como lê e concebe cada acção. Aos 38 minutos surgiu isolado sobre a esquerda e rematou às malhas laterais da baliza do Benfica. Logo a seguir, numa tabela genial com Alan conseguiu isolar o brasileiro. Talvez tenha saído demasiado cedo na partida, embora se perceba a opção de Domingos pela velocidade de Matheus para os últimos 30 minutos. O ano passado teve um rendimento muito intermitente com Jorge Jesus, mas está visto que é, de facto, um dos melhores valores desta Liga. Faz lembrar Deco na forma como corre e trabalha a bola.

Di María, inspirado e provocador
O melhor do Benfica. Impressionante a forma como consegue ganhar alguns lances aparentemente impossíveis. Remate fantástico aos 13 minutos, a obrigar Eduardo a uma grande defesa, fricção plena no duelo com João Pereira, iniciativas e mais iniciativas recheadas de perigo, sempre pela esquerda. A lamentar somente a atitude feia imediatamente antes do intervalo. Provocou o banco do Sp. Braga e esteve na origem de uma zaragata das grandes.

Moisés, o caça-gigantes
Torre inexpugnável, mesmo perante a ameaça de gigantes como Luisão e Javi García. Corte providencial aos 23 minutos, sobre um enleante Di María. Decisivo nesse momento, como haveria de ser noutros. Aos 79, por exemplo, evitou em cima da linha o golo do Benfica. Implacável no jogo aéreo, essencial na organização e na comunicação de todos os elementos da sua equipa. Aqui está um belo defesa central.

Saviola, que se danem Barcelona e Madrid
Atravessa um grande momento. Mesmo não marcando qualquer golo, espalhou a preocupação na defesa arsenalista em vários períodos. Recuou bastante no terreno, quis sempre ter a bola e compensou largamente o bloqueio criativo de Pablo Aimar. Reencontrou no Benfica a confiança que perdera em Barcelona e em Madrid.

Quim, absolvido
Adiou o segundo golo do Sp. Braga o mais que pôde. Três ou quatro belas intervenções. Sai absolvido desta derrota.

Paulo César, demoníaco
Domingos preferiu abdicar de Meyong e manter Paulo César em campo. A história do jogo deu razão ao técnico. Com mais espaço na segunda parte, foi um demónio à solta. Marcou com convicção perene o golo que sentenciou o destino da partida. Está em grande forma.


F.C. Porto-Belenenses, 1-1

O coração não consegue escamotear a banalidade

Entrar a assobiar para o ar, passear uma altivez desajustada, jogar sem intensidade nem ponta de dinamismo. Sofrer um castigo justo com o golo do Belenenses, despertar atordoado pela humilhação, reagir com o coração aos pulos e marcar pelo salvador do costume. Usar e abusar da paciência dos fiéis adeptos, usar e abusar da passividade e dos cruzamentos condenados ao esquecimento, sem magia nem criatividade.

Onde anda a calidez qualitativa de outras eras? Este F.C. Porto 2009/10 tem apresentado argumentos desinteressantes, mas camuflados com bons resultados e discursos cheios de lugares comuns. Esta igualdade diante do débil Belenenses, porém, só pode fazer accionar o sinal de alarme no reino azul e branco.

A primeira parte foi péssima, toldada por um futebol prosaico, corriqueiro. A segunda, agitada pela ondulação do escândalo, viveu da ânsia descontrolada. O F.C. Porto deixou para muito tarde o que tinha a obrigação de fazer bem cedo. Poderia ter ganho, sem dúvida, e isso seria o fruto natural da pressão exercida na última meia-hora.

Mas a química não flui no ataque, não entumece os mecanismos intermediários e fragiliza a defesa. Em resumo: frente ao Belenenses, o F.C. Porto exibiu-se com estrepitosa banalidade.

Três pontos cruciais na actuação dos dragões

Custa perceber as actuações recentes deste dragão. A liga gaulesa raptou três nomes importantes da última época (Cissokho, Lucho e Lisandro), mas isso explicará tudo? O problema não está no rendimento individual de Alvaro Pereira, Fernando Belluschi e Farías, mas sim na pobreza do menu apresentada semana após semana.

Ponto um: a equipa não teve qualquer dinamismo até ao intervalo; ponto dois: o Belenenses pouco atacou, mas quando o fez teve espaço para trocar a bola e respirar, dada a pressão atrofiada feita pelo Porto; ponto três: a perder, o F.C. Porto apenas sobreviveu graças ao coração gigante de alguns elementos. De resto, insistiu, insistiu e insistiu em lances mais do que previsíveis.

Ernesto Farías, uma vez mais ele, lá marcou um golo bem ao seu jeito. Depois, no forcing final, houve mais três ou quatro jogadas claras para golo. Mas aí os dragões não tiveram sorte nem engenho.

Um 4x3x3 que justifica ser repensado

Ao longo da semana, Jesualdo e seus pares evitaram ao máximo endereçar importância ao Sp. Braga-Benfica deste sábado. Compreensível. Mas a verdade é que o F.C. Porto não cumpriu a sua parte e agora fica refém do que sair da cimeira de líderes.

Caso algum dos contendores no duelo do Minho vença, os tetracampeões nacionais ficam a cinco pontos do topo. Uma distância generosa. O F.C. Porto só se pode queixar do seu mau momento e pensar urgentemente num plano alternativo a este 4x3x3 tão rudimentar.

Rudimentar não pela colocação das peças em campo, mas pela mobilidade inexistente e pelo pouco improviso. Nesta altura, por aquilo que temos visto, não é difícil anular as movimentações ofensivas do grande dominador dos últimos 25 anos do futebol nacional. Uma vez mais, o Dragão voltou a ter apenas 30 mil pessoas nas bancadas. A decepção da massa associativa é evidente.

Em nota rodapé, importa referir que o golo anulado a Ernesto Farías, aos 25 minutos, nos pareceu legal, pois a bola chega ao argentino encaminhada por um toque de Gavílan. De qualquer forma, será mais sensato reapreciar o lance através das imagens televisivas

Farías
Reclama mais oportunidades e Jesualdo Ferreira retribuiu. Chamado ao onze para o lugar de Radamel Falcao, o argentino provou que a festa do golo justifica uma mão cheia de passes falhados, alguma falta de mobilidade e um par de oportunidades perdidas. Marcou na etapa inicial, num lance invalidado de forma muito duvidosa, e repetiu a dose na segunda metade. Insistência de Falcao, um toque para dominar a bola e outro em jeito, para afastar Nélson da trajectória, rumo às redes adversárias. Chega.

Lima
Avançado com características interessantes. Média estatura, pouco peso, fugindo ao estereotipo de ponta-de-lança à moda antiga. Contudo, não foge a qualquer duelo físico. Logo nos primeiros minutos, fez falta sobre Bruno Alves e não mais se amedrontou nos duelos com o capitão do F.C. Porto. Esteve no Vizela em 2003/04, regressou ao Brasil mas parece determinado a agarrar nova oportunidade no futebol português. Ao sexto jogo, o primeiro golo, em desmarcação e com um pontapé frio, à saída de Hélton.

Zé Pedro
Os anos passam e perdura a sensação: o que falta a este Zé Pedro para merecer uma oportunidade num clube de maior dimensão? Trata a bola com carinho e esta faz-lhe todas as vontades. Cola-se ao pé esquerdo e sai, leve e redonda, para o destino escolhido pelo médio. No Dragão, o capitão do Belenenses deixou uma imagem de sacrifício extremo. Lesionou-se ao 11º minuto de jogo, em lance com Rolando, mas permaneceu no relvado. Jogou quase uma hora com o ombro direito imobilizado. Saiu pouco depois do golo de Lima, com a missão cumprida.

Bruno Alves
Perdeu alguns duelos com Lima, ainda que o golo do Belenenses não tenha nascido na sua área de jurisdição. No rescaldo da noite no Estádio do Dragão, poucos recordam a performance defensiva de Bruno Alves. Observando um cenário cinzento, a falta de soluções ofensivas, o capitão do F.C. Porto apostou regularmente nas subidas no terrenos, provocando desequilíbrios fundamentais para aumentar a chama. Cruzou, driblou, empolgou companheiros. Em lances de bola parada, registo para um par de cabeceamentos perigosos. Ao minuto 90, fez a trave abanar! É isto um capitão.

Hulk
Muito se falou dele durante a semana, após a chamada inédita para a selecção brasileira. Jesualdo Ferreira, mesmo sem pergunta sobre o tema, fez questão de congratular o avançado pela convocatória. Frente ao Beleneses, o talento bruto andou por lá, perto das explosões mas ficando-se pelos fogachos. A exemplo do que aconteceu com Diego, Luís Fabiano ou Anderson, os portistas correm o risco de perder uma estrela antes de observarem todo o seu brilho nos palcos nacionais. Vai ser enorme, sem dúvida. Para já, ainda não é.

Nélson
Bom guarda-redes, em nova chamada à baliza de um candidato inicial a sofrimento imenso. Na época passada, brilhou ao serviço do Estrela da Amadora. A formação da Reboleira tombou por dívidas, o Belenenses ocupou a sua vaga e resgatou Nélson, guardião que passou demasiados anos no banco do Sporting. No Dragão, mais algumas intervenções de qualidade, misturando estilo e atrapalhação. Eficaz, de qualquer forma.

Barge
Merece um destaque pelas sucessivas provas de adaptabilidade. Proveniente do Estoril, este médio português de 25 anos já foi de tudo um pouco, nos primeiros meses com a camisola do Belenenses. No Dragão, foi adaptado a lateral esquerdo, tremeu um pouco quando Hulk surgiu no seu corredor mas recompôs-se rapidamente e obrigou o F.C. Porto a privilegiar o flanco oposto.Bela desmarcação para o golo de Lima. Útil.