terça-feira, 4 de novembro de 2008

Joe Biden um número 2 de peso

Experiência é certamente a palavra que melhor define Joseph Robinette Biden Jr., de 65 anos. Está no seu sexto mandato no Senado e é um dos políticos há mais tempo em actividade nos Estados Unidos. Foi, aliás, um dos pré-candidatos democratas nestas eleições, mas abandonou a corrida eleitoral depois do cáucaso de Iowa. Preside ao Comité de Relações Internacionais do Senado desde 2001, onde entrou em 1973. Foi nesse cargo que viajou por todo o mundo e cobriu as principais zonas de conflito, como o Iraque, Sudão e Geórgia. Obama escolheu-o para seu vice-presidente.
O candidato democrata descreveu-o como alguém com um «percurso notável, um homem fundamentalmente honesto». Em suma, disse, o que muitos gostariam de ser: «Um estadista com um bom sentido crítico que não tem de se esconder atrás da política espectáculo para manter a América forte».
Nascido a 20 de Novembro de 1942, em Scranton, Pensilvânia, Biden pertence a uma família católica irlandesa e é filho de uma dona de casa e de um vendedor de automóveis.

Licenciou-se em História e Ciências Políticas pela Universidade de Delaware, em 1965, e em Direito na Universidade de Syracuse, em 1968. Em 1970, era eleito ao conselho do Condado de New Castle (equivalente ao cargo de vereador). Dois anos depois, venceu a primeira eleição para o Senado, depois de ter feito 30 anos, a idade mínima para o cargo.
Um mês depois Biden viveu uma tragédia familiar que marcou a sua vida. A mulher e a filha morrem num grave acidente de carro causado por um homem embriagado quando íam comprar uma árvore de Natal. Biden quis renunciar ao cargo, mas cedeu aos apelos do Partido e foi empossado no hospital, ao lado dos dois filhos, Beau e Hunter, que sobreviveram ao acidente.
Para poder cuidar dos filhos, Biden continuou a morar em Wilmington e a ir de comboio todos os dias até Washington, numa viagem que dura uma hora e meia. Algo que ainda continua a fazer, pois não prescinde da sua casa. Cinco anos depois do trágico acidente, casou com uma professora, Jill Jacobs, de quem teria uma filha.
Em 1988 sofreu dois aneurismas, mas recuperou e regressou ao Senado com menos cabelos e mais brancos.
Na década de 1990 dedicou-se à resolução dos conflitos nos Balcãs. Após os ataques de 11 de Setembro de 2001, foi favorável às invasões do Afeganistão e do Iraque pelo governo de George W. Bush. Contudo, tornou-se um dos maiores opositores ao conflito.

Biden também é membro do Comité Judiciário do Senado, que presidiu entre 1987 e 1995. Neste organismo destacou-se nas questões de combate ao crime e tráfico de drogas e combate ao terrorismo.
Em 1988, foi pela primeira vez pré-candidato à Presidência, tendo sido derrotado nas primárias. Nas eleições de 2004 foi considerado provável candidato a vice na candidatura de John Kerry, mas recusou o convite, alegando que Kerry deveria escolher o actual candidato republicano John McCain como vice para ter chances de derrotar Bush.
Apesar de ter sido candidato à liderança democrata por duas vezes, em 1988 e 2008, mas nunca ter estado verdadeiramente na luta, e ainda após um caso de plágio, a credibilidade de Biden manteve-se intacta. Ainda assim, é visto pelo seu chefe de gabinete como o homem mais azarado e mais sortudo que já conheceu. Pela mão de Obama, subiu ao palco em Springfield, ao som de «The Rising», de Bruce Springsteen. Tem sido sempre assim: após falhanços, o sucesso.
Os seus dotes oratórios também são conhecidos, não só por conseguir levar todos às lágrimas, num comício, mas também por se entusiasmar e perder a razão.

1 comentário:

Anónimo disse...

Seá mais um sucesso!