terça-feira, 4 de novembro de 2008

John McCain - um homem de coragem

É o candidato menos republicano dos conservadores. Com 72 anos, prepara-se para a última batalha da sua vida
Lutou no Vietname, lutou contra o cancro de pele, lutou dentro do seu próprio partido, até que os republicanos o elegeram como candidato à corrida à Casa Branca. É o menos republicano dos típicos conservadores e passou de um candidato politicamente incorrecto, com o coração ao pé da boca, para o protagonista de uma campanha recheada de ataques pessoais contra o democrata Barack Obama. Tem a história de um herói azarado, mas que sobrevive. Aliás, sobreviver é uma palavra recorrente nas suas biografias, já que sobreviveu a dois acidentes de avião, à prisão no Vietname, sob intensa tortura, a uma explosão num porta-aviões, ao cancro de pele e a um escândalo que envolveu a banca.
Tem 72 anos e as mazelas de todas as aventuras por que passou estão-lhe cravadas no corpo. Mas se no início desta campanha, ninguém se esquecia da derrota perante George W. Bush, na candidatura republicana à Casa Branca, em 2000, agora, e depois de aparições ao lado do ainda presidente dos Estados Unidos, as distintas diferenças parecem esbater-se.
Longe e perto de Bush
É mais o que os separa do que aquilo que os une: em 2000, McCain chegou a rejeitar qualquer lugar na administração Bush; mesmo o de vice-presidente. A aproximá-los, está o apoio de McCain à invasão do Iraque.
Contudo, em 2004, este homem sem uma cartilha ideológica rígida, que chegou a ser apontado como um forte candidato pelo Partido Democrata, opôs-se à proibição do casamento entre homossexuais e criticou o secretário de Defesa Donald Rumsfeld, demarcando-se das suas acções.

As aventuras e a idade

A sua vida privada também não passa incólume a aventuras: ainda estava casado quando conheceu a actual mulher, Cindy, filha de um milionário, e rapidamente se divorciou de Carol, com quem tinha tido uma filha e adoptado os seus dois filhos de um anterior casamento. Com a actual mulher, teve quatro filhos.
Agora, prepara-se para a batalha de uma vida. Será a última, se perder, com muitos a apontarem-lhe a idade como um forte motivo para escolher Obama.
Mas granjeia de uma popularidade que Bush não recolhia junto dos sectores menos conservadores: tem a seu favor ser o rosto da constância, do patriotismo e da América de sempre. O que pode ser uma má aposta em tempos de crise mundial e de mudança.

1 comentário:

Anónimo disse...

"... última batalha..."

Penso que não...

Beijinhos