segunda-feira, 4 de agosto de 2008

permitam-me

“O planeta Terra está aqui para existir, se não cuidar ele vai embora."
De um sertanejo.


Dentre os bens da natureza que Deus nos ofertou ,a ÁGUA, é indiscutivelmente, o mais importante deles. A água é a fonte da vida. È ela que mitiga a sede da humanidade .Humedece e irriga os campos produzindo o alimento que aplaca a fome dos povos. Gera a energia que movimenta as industrias e ilumina as nossas noites. Faz flutuar os corpos, cujas embarcações transportam nossas riquezas pelos mares, oceanos e pelos rios sinuosos da Terra. A água é um insumo de grande transversalidade, está presente em todos os programas de desenvolvimento. O homem, à muito tempo que se beneficia da água, a linfa mais preciosa da natureza, ele continua a polui la e a depreda com grande loucura. A poluição grassa em quase todos os rios da Terra ,causada pelo homem civilizado e pelo homem inculto. Poluir água e desperdiça-la é uma cultura da própria humanidade. A poluição começou nos primórdios da civilização ainda rudimentar. Inicialmente, com excrementos humanos, lixos e animais em decomposição. Depois, com o aumento da população, o desenvolvimento industrial e o advento da irrigação, o teor de poluição começou a ter maior crescimento causado pelos esgotos sanitários, pelos metais pesados, pelos pesticidas e pelos tóxicos. A poluição hídrica passou a ser um problema cada vez mais preocupante para os destinos da humanidade. No ano 2006 o Brasil, segundo Atlas do Saneamento, IBGE,teve 1.430.000 casos de doenças por veiculação hídrica. Pelo volume e quantidade de água disponível, jamais os habitantes do Planeta sentiriam sede se não fosse a poluição generalizada, a distribuição deficiente e desequilibrada e o grande desperdício existente. A nossa água é a mesma de sempre, nenhuma gota emigra para outro planeta. Entenda-se duma vez o processo de poluir: As bactérias aeróbicas auto-depuram a água mantendo o seu oxigénio, mas havendo excesso de poluentes surgem as bactérias anaeróbicas que fazem desaparecer o oxigénio e esta água entra em processo de putrefacção, transformando rios e lagos em gigantescas cloacas. Estas águas, ricas em componentes químicos provocam verdadeiras hecatombes na vida marinha/ aquática dos diversos corpos líquidos. Mede-se, facilmente, a qualidade das águas de um rio pela intensidade da sua fauna potâmica.Vejamos diversos exemplos no mundo:


Os indianos consideram o GANGES o seu rio sagrado, o rio da espiritualidade com seus banhos milagrosos mas os esgotos de Nova Delhi, Benares, Patna e Calcutá são lançados “in natura”, nas suas águas peregrinas.


O TIBRE, de um passado rico de histórias, abrigou nas suas águas os grandes imperadores romanos e até o Incitato, cavalo de Calígula, banhou nas suas águas remansosas. Hoje, este rio está totalmente poluído na sua travessia pelo centro de Roma, recebendo diariamente 450 toneladas de dejectos dos seus três milhões de habitantes, despejando as águas no Mar Tirreno.


O PÓ, também em Itália, é um rio totalmente poluído, apesar das grandes áreas irrigadas nos seus polderes, próximo ao delta, no Mar Adriático.

O TAMISA, o rio mais importante do Reino Unido, berço de Oxford e Londres, rio dos grandes passeios fluviais de príncipes, reis e rainhas, tornou-se um rio fétido e morto pela incúria dos seus habitantes. O empenho do Governo britânico e da sociedade organizada, está a fazê-lo ressuscitar, sendo , hoje, o rio mais límpido dos que deitam as suas águas no Mar do Norte.


O RENO, que atravessa quatro países, o rio mais navegado do mundo, tendo, a cada instante, 2000 embarcações singrando no seu dorso, em 1986 tornou-se um rio morto e mortífero, causado pelos desastres químicos do parque industrial de Basileia. As águas, do seu terço superior até a sua foz no Mar do Norte, em Roterdão, ficaram totalmente vermelhas de mercúrio, a fauna potâmica desapareceu e a fauna alada arribou-se. Em 2 anos de trabalhos técnicos e ecológicos incessantes, a vida aquática ressurgiu. O dia 15 de Março tornou-se feriado numa pequena aldeia alemã quando se pescou no rio o primeiro salmão.

O DANÚBIO, navegável da Áustria ao mar Negro, rio da nobreza europeia, com os seus 300 afluentes, atravessando sete países ao longo do seu curso, foi atingido pela poluição orgânica, pelos agro tóxicos, e esgotos, por diversas vezes. Abriga um riquíssimo acervo histórico nas suas veias, sobretudo em Viena, com o génio de Strauss e outras luminares da música clássica. Enriquecem mais ainda, o seu Vale, as lutas napoleónicas que aí se desenrolaram. Hoje ,despoluído, chega ao mar Negro formando um belíssimo delta. Além de um bonito labirinto de canais, há uma grande variedade de pássaros aquáticos e um refúgio de vida selvagem, em áreas pantanosas, que embelezam toda a o seu meio, já em terras da ex-Jugoslávia.


O SENA carrega toda a história da França com Paris, sua cidade Luz. Rico de passado, este rio recebeu as cinzas de Joana D’Arc e assistiu a barbárie da noite de São Bartolomeu. Viu, no Século Xll, o drama de Abelardo e Heloisa e as janelas de Gustave Flaubert se abriam para os seus meandros. Rio de um belo passado histórico sofreu forte poluição de agro tóxicos desde suas nascentes em Borgonha, berço do vinho, até seu estuário no Mar da Mancha.


O rio HUDSON, 650 km de extensão, o mais belo dos Estados Unidos, está literalmente poluído com curtumes e usinas nucleares. Este é o rio que banha a estátua da Liberdade em New York e no seu vale situa-se a Academia Militar de West-Point onde estudaram Dwight Eisenhower e Douglas Mac Arthur.


Só a educação ambiental resgata a cidadania de um povo ao ter consciência da importância da preservação do meio, influindo directamente na sua qualidade de vida. O homem tornou-se algoz do seu próprio rio, o rio que o beneficia.As transgressões contra os mananciais hídricos resultam, sempre, em pesadas penalidades contra o HOMEM.

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